As condições de energia limpa e barata no Brasil tornam o país um possível centro de treinamento de modelos de inteligência artificial (IA), afirma Thomas Kurian, presidente global do Google Cloud. A empresa está avaliando a demanda global por data centers brasileiros e anunciou que instalará em São Paulo os chips TPU Trillium, focados em processamento de IA.

Os serviços de computação em nuvem do Google são usados por nove dos dez principais laboratórios de inovação do mundo, que podem escolher onde os dados ficam armazenados. Segundo Kurian, o Google Cloud já discute com alguns clientes para que a localização da nuvem seja no Brasil, o que pode reduzir latência ou atender a exigências regulatórias.

A sexta geração de TPUs permitirá que clientes brasileiros rodem aplicações de IA localmente. Segundo Kurian, os TPUs são essenciais para IA generativa de mídias, incluindo imagens, vídeos e áudios. Entre exemplos corporativos, ele cita o Chirp, ferramenta que cria vozes personalizadas para call centers, permitindo que empresas tenham uma voz própria para a marca.

O Google iniciou o desenvolvimento dos TPUs devido à demanda do assistente de voz, quando em 2015 percebeu que se 30% dos usuários fizessem pesquisas em áudio, todos os processadores seriam ocupados com essas tarefas.

O Google Cloud também permitirá que organizações brasileiras usem o modelo de linguagem Gemini 2.5 mantendo dados em seus próprios data centers. A medida atende tanto a exigências de segurança quanto a melhor desempenho.

A estatal Serpro já utiliza os serviços e será diretamente beneficiada. O setor privado também demonstra interesse, especialmente empresas de saúde e bancos, que lidam com informações sensíveis e buscam mais confidencialidade e controle sobre dados.

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Com informações do GC Mais.