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Moraes nega soltura de blogueiro cearense condenado por atentado em Brasília
Wellington Macedo, natural de Sobral, descumpriu medidas cautelares e voltou à prisão preventiva
Por Jornalismo Tempo FM
23 de Setembro de 2025 às 10:59
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (22) o pedido de soltura do blogueiro cearense Wellington Macedo de Souza, de 49 anos. Ele é um dos três condenados por planejar e executar a tentativa de atentado a bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022.
A decisão ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar contra a liberdade. Moraes já havia decretado a nova prisão preventiva em junho de 2025, quando Macedo e outros dois condenados descumpriram medidas cautelares.
Descumprimento e comportamento desafiador
Mesmo autorizado a cumprir pena em regime semiaberto desde dezembro de 2024, Macedo não respeitou a prisão domiciliar.
Em despacho, Moraes ressaltou que o réu não foi encontrado em casa e, em um “claro comportamento desafiador”, chegou a publicar vídeos nas redes sociais afirmando estar fugindo de um mandado de prisão e pedindo apoio financeiro.
Segundo o ministro, a conduta demonstra “desrespeito à Suprema Corte” e evidencia que medidas cautelares anteriores não foram eficazes para garantir a lei e a ordem pública.
Quem é Wellington Macedo?
Natural de Sobral (CE), Macedo ganhou visibilidade como blogueiro bolsonarista nas redes sociais. Ele acumula dezenas de processos por danos morais e responde a ações relacionadas à propagação de notícias falsas e ataques a adversários políticos.
Em 2018, diretores de escolas municipais de Sobral moveram 59 ações contra ele por publicações consideradas ofensivas ao sistema educacional.
No governo Bolsonaro, ocupou cargo comissionado na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, mas foi exonerado em outubro de 2019, quando passou a ser investigado.
Histórico de prisões e fuga
O envolvimento de Macedo em atos antidemocráticos é extenso:
Agosto de 2021: alvo de mandado de busca e apreensão do STF por incitar atos violentos.
Setembro de 2021: preso em Brasília, suspeito de financiar manifestações contra as instituições.
Outubro de 2021: solto com tornozeleira eletrônica, mas continuou frequentando acampamentos bolsonaristas.
Foi nesse ambiente que se aproximou de George Washington Oliveira de Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, com quem arquitetou o atentado.
O atentado de 2022
O grupo planejou detonar uma bomba na véspera do Natal de 2022. Inicialmente, a intenção era atingir a rede elétrica de Brasília, mas o plano mudou: o explosivo foi colocado em um caminhão-tanque de querosene de aviação, próximo ao aeroporto.
Graças à ação do motorista e da Polícia Militar do DF, o artefato foi desarmado a tempo e não afetou as operações aeroportuárias.
Macedo já estava foragido na época, no âmbito da Operação Nero, que investigava atos contra a Polícia Federal.
Ele foi condenado a seis anos de prisão em regime fechado e multa de R$ 9,6 mil — sentença já definitiva.
Captura no Paraguai
Após nove meses foragido, Macedo foi capturado no Paraguai em setembro de 2023 e entregue às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade.
Em dezembro de 2024, conseguiu progredir para o regime semiaberto, mas voltou à prisão em junho de 2025 por descumprimento das regras.
Foto: Reprodução/Twitter Com informações do O POVO.