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Alcoolismo no Brasil: mortes caem, mas hospitalizações aumentam
Entre 2022 e 2023, houve queda nos óbitos por alcoolismo, mas quatro pessoas são hospitalizadas por hora no país devido ao consumo de álcool.
Por Jornalismo Tempo FM
26 de Setembro de 2025 às 10:25
O alcoolismo, também chamado de transtorno por uso de álcool, é responsável por 10,5% das mortes associadas ao uso de álcool no Brasil, vitimando 21 pessoas por dia.
Entre 2022 e 2023, houve um aumento de 2,8% nas hospitalizações, o que significa que quatro pessoas são hospitalizadas por hora no país por causa do alcoolismo.
Os dados são da sétima edição do anuário “Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2025”, publicado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), com base em informações do Datasus e IBGE.
Diferenças regionais
Onze estados apresentam taxa de óbito por 100 mil habitantes superior à média nacional (3,6). Entre eles, Piauí, Bahia, Espírito Santo e Tocantins lideram o ranking.
Já na taxa de internações por 100 mil habitantes (média nacional: 19,3), oito estados estão acima da média, com destaque para Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Perfil das vítimas
O estudo mostra diferenças marcantes entre homens e mulheres:
Homens: são a maioria das vítimas (90,9%) e o número de mortes cresceu 10,1% entre 2010 e 2023.
Mulheres: houve redução de 2,5% nos óbitos no mesmo período.
Faixa etária: 51,3% das mortes ocorrem em pessoas com 55 anos ou mais.
Nas hospitalizações:
Houve aumento de 2,8% entre 2022 e 2023.
Homens representam 86,4% dos hospitalizados.
Mulheres tiveram aumento na representatividade, passando de 9,9% em 2010 para 13,6% em 2023.
Pessoas entre 35 e 54 anos são as mais hospitalizadas (57,4%).
Possíveis explicações para a tendência
Segundo a doutora em sociologia e coordenadora do CISA, Mariana Thibes, a queda nos óbitos junto ao aumento das hospitalizações pode estar relacionada a fatores como:
Melhoria no acesso à saúde;
Diagnóstico precoce;
Tratamentos mais eficazes, que evitam que a doença evolua para morte.
Ela também destaca os efeitos do uso nocivo de álcool:
Curto prazo: acidentes de trânsito e brigas, que atingem mais jovens (menos de 35 anos).
Longo prazo: problemas crônicos decorrentes de anos de consumo, agravados por comorbidades como hipertensão e diabetes.
“Além disso, o álcool pode ser utilizado como ferramenta equivocada para resolver problemas e dificuldades da vida quando não se obtém apoio adequado, mas isso pode acontecer com pessoas de quaisquer idades”, comenta Thibes.