"Ao observar dados como redução do volume da substância cinzenta e branca e atrofia hipocampal, o modelo criado pelos pesquisadores consegue estimar o envelhecimento cerebral com mudanças na velocidade de processamento, lentificação motora, queda de memória e coordenação prejudicada” [...] "Isso permite prever declínio funcional mesmo em pessoas ainda assintomáticas e estimar o ritmo individual de envelhecimento biológico.", analisa Pedatella.
“É preciso lembrar que o modelo foi desenvolvido apenas usando cérebros de neozelandeses. Precisamos validar essas métricas com exames feitos no Brasil antes de adotar qualquer padrão de referência”, observa.
“O envelhecimento cerebral é um processo normal. Assim como em todos os órgãos, certo nível de atrofia é esperada com a idade”, afirma Calil.
“Claro que é importante em contextos clínicos específicos avaliar se o envelhecimento está dentro do esperado, como na presença de queixas de dificuldades cognitivas, mas de forma geral fazer uma ressonância em pessoas assintomáticas tem pouco valor e pode gerar mais ansiedade do que benefícios.”
“Para incluir exames mais avançados como a ressonância ou avaliações específicas na saúde pública seria necessário capacitar equipes da atenção primária para reconhecer pacientes com declínio cognitivo importante, estabelecer fluxos de referência para neurologistas e garantir financiamento e estrutura diagnóstica, o que não tem sido feito”, alerta Pedatella.