CPMI do INSS ouve ex-ministro Carlos Lupi nesta segunda, 8
Lupi foi titular do Ministério da Previdência entre janeiro de 2023 e maio deste ano. Ele deixou o cargo em meio ao escândalo
Por Jornalismo Tempo FM
08 de Setembro de 2025 às 09:45
A CPMI que investiga fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS ouvirá nesta segunda-feira (8), às 16h, o ex-ministro da Previdência e presidente do PDT, Carlos Lupi. Ele chefiou a pasta entre janeiro e maio de 2023, no governo Lula, mas deixou o cargo após o escândalo de fraudes, considerado insustentável pelo Planalto.
Embora os descontos indevidos em benefícios ocorram desde 2019, o problema se intensificou durante sua gestão, o que faz de Lupi um dos principais alvos da comissão. O convite partiu do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), aliado de Bolsonaro. A CPMI é presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e conta também com o senador cearense Eduardo Girão (Novo).
O relator afirma que Lupi tem informações essenciais sobre medidas adotadas contra as fraudes. Aliados dizem que o pedetista está tranquilo, mas o Planalto acompanha com atenção, já que houve distanciamento político desde sua saída do ministério.
O governo já sofreu derrotas na CPMI, que é controlada pela oposição, e precisou reforçar a base no colegiado. Na última quinta (4), a diretora da CGU, Eliane Viegas, disse que o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, resistiu a suspender descontos associativos automáticos.
Após Lupi, a comissão ouvirá ainda este mês Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS” (dia 15), e o empresário da saúde Maurício Camisotti (dia 18), ambos investigados. Diferentemente de Lupi, que foi convidado, eles foram convocados e devem comparecer, podendo ser intimados pela Polícia Legislativa.
Interatividade
O evento será interativo e os cidadãos poderão enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou via Portal eCidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores no momento da sessão. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo.
A comissão foi formada para investigar descontos indevidos em benefícios do INSS praticados por associações de representação de aposentados, a partir de 2019, segundo investigações da Polícia Federal. Estima-se que a fraude pode ter chegado ao valor de R$6,4 bilhões ao longo de seis anos.