Vacina contra vírus que causa bronquiolite em bebês chega ao SUS em novembro

Ministério da Saúde anuncia parceria com o Instituto Butantan e Pfizer para produção nacional do imunizante contra o VSR; gestantes serão o público-alvo da campanha

Por Jornalismo Tempo FM

16 de Setembro de 2025 às 11:03

O Ministério da Saúde anunciou uma parceria inédita entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para viabilizar a produção nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). O imunizante será incorporado ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), com início da distribuição previsto para a segunda quinzena de novembro.

A previsão é de que 1,8 milhão de doses estejam disponíveis ainda neste ano. A vacina será aplicada, em dose única, em gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, com o objetivo de proteger os bebês nos primeiros meses de vida — período de maior risco para complicações causadas pelo VSR.

Como a vacina protege os recém-nascidos

A estratégia do Ministério da Saúde é promover a vacinação materna, ou seja, a imunização da gestante durante a gravidez. Isso permite a transferência de anticorpos para o feto ainda no útero, oferecendo proteção ao bebê logo após o nascimento.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Ballalai, esclarece que a vacina é segura e essencial:

“O VSR é uma das maiores causas de hospitalizações em UTI nos primeiros seis meses de vida. E justamente nesse período o risco é muito mais alto. Eu vejo muitas mulheres com medo, adiando as vacinas da gestação, mas elas são seguras, não geram nenhuma má formação, não trazem nenhum prejuízo para a gravidez e também não oferecem risco de aborto ou parto prematuro”, afirma.

Vírus está por trás da maioria dos casos de bronquiolite e pneumonia

De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus sincicial respiratório é responsável por:

80% dos casos de bronquiolite
60% dos casos de pneumonia em crianças com menos de dois anos

Estatísticas da pasta mostram que:

Cerca de 20 mil bebês menores de 1 ano são internados anualmente no Brasil por complicações relacionadas ao VSR
Em cada 5 crianças infectadas, uma necessita de atendimento ambulatorial
Aproximadamente uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida
O risco é ainda maior entre prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes mais alta do que a de bebês nascidos a termo — grupo que representa 12% dos nascimentos no país

Potencial de impacto: menos internações e mais proteção

Segundo o comunicado oficial do Ministério da Saúde, a inclusão da vacina contra o VSR no SUS poderá:

Prevenir até 28 mil internações por ano
Oferecer proteção imediata aos recém-nascidos
Beneficiar cerca de 2 milhões de bebês nascidos vivos anualmente no Brasil

Produção nacional com transferência de tecnologia

O acordo firmado com a Pfizer também inclui a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan, o que permitirá que o imunizante seja futuramente produzido em território nacional. A medida reforça a autonomia do Brasil na produção de vacinas e amplia a capacidade de resposta do país a surtos de doenças respiratórias.

Foto: IStock

Com informações do GC Mais.