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Começa o quinto julgamento de policiais acusados da Chacina do Curió
Marcílio Costa de Andrade e Luciano Breno Freitas Martiniano respondem por assassinatos que deixaram 11 mortos em Fortaleza em 2015
22 de Setembro de 2025 às 09:24
Inicia na manhã desta segunda-feira (22) o quinto julgamento dos policiais militares acusados de participação na Chacina da Grande Messejana (ou Chacina do Curió), ocorrida em 12 de novembro de 2015, em Fortaleza, que deixou 11 mortos e 7 sobreviventes.
Serão julgados Marcílio Costa de Andrade e Luciano Breno Freitas Martiniano. Um terceiro PM, Eliézio Ferreira Maia Júnior, também estava previsto, mas um incidente de insanidade mental reconheceu sua incapacidade de se defender, suspendendo o processo em relação a ele. Após este julgamento, Eliézio será o único réu pendente.
Acusações contra Marcílio Costa de Andrade
Segundo o Ministério Público Estadual (MPCE), Marcílio é apontado como pivô da chacina. Ele também é acusado do homicídio de Francisco de Assis Moura de Oliveira Filho, o “Neném”, de 17 anos, em 25 de outubro de 2015. Após essa morte, Marcílio e sua família deixaram o bairro devido a ameaças de traficantes do Curió.
O MPCE descreve:
“Situações que o envolveram em assuntos pessoais levaram Marcílio a induzir, segundo registros obtidos judicialmente via ‘whatsapp’, seus companheiros de farda como se fosse de caráter institucional, culminando nos fatos delituosos que resultaram na denominada ‘Chacina da Messejana’.”
A investigação também apontou que, em 30 de outubro, o pai de Neném, Francisco de Assis Moura, 37 anos, foi assassinado. Embora ninguém tenha sido acusado formalmente, as provas indicam que os PMs também foram responsáveis pelo crime.
Acusações contra Luciano Breno Freitas Martiniano
Quanto a Luciano Breno, o MPCE destacou que o carro da mãe dele circulou na região e horário da chacina. Em depoimento, o PM afirmou que apenas se dirigiu ao Frotinha da Messejana, local de reunião de policiais em solidariedade à morte do soldado Valterberg Chaves Serpa, assassinado em latrocínio em 11 de novembro de 2015.
Histórico de julgamentos da chacina
Marcílio e Luciano Breno fazem parte da mesma ação penal dos quatro PMs condenados a 275 anos e 11 meses de prisão no primeiro julgamento da chacina.
Outros 23 PMs já foram julgados:
- 20 foram totalmente absolvidos;
- 1 absolvido com desclassificação de acusação para Justiça Militar;
- 2 condenados, com penas de 13 anos e 5 meses e 210 anos e 9 meses.
Ainda há três PMs pendentes de julgamento por crimes militares.
Vítimas da Chacina
A Chacina da Grande Messejana deixou 11 mortos:
- Antônio Alisson Inácio Cardoso, 16 anos
- Jardel Lima dos Santos, 17 anos
- Pedro Alcântara Barrozo do Nascimento Filho, 18 anos
- Alef Souza Cavalcante, 17 anos
- Renayson Girão da Silva, 17 anos
- Patrício João Pinho Leite, 16 anos
- Francisco Elenildo Pereira Chagas, 40 anos
- Jandson Alexandre de Sousa, 19 anos
- Marcelo da Silva Mendes, 17 anos
- Valmir Ferreira da Conceição, 37 anos
- José Gilvan Pinto Barbosa, 41 anos
Foto: Júlio Caesar
Com informações do O POVO.
Com informações do O POVO.
