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Imagem: Thiago Gadelha
SUS passa a aplicar teste de rastreio de autismo em crianças de 16 a 30 meses
Nova linha de cuidado do Ministério da Saúde orienta detecção precoce e estimulação infantil
29 de Setembro de 2025 às 11:31
A partir deste ano, crianças de 16 a 30 meses atendidas pelo SUS serão submetidas a um teste de rastreio para autismo e outros transtornos do desenvolvimento. A medida está prevista na nova linha de cuidado do Ministério da Saúde (MS), publicada em setembro.
Profissionais da atenção primária, como os que atuam em postos de saúde e equipes de saúde da família, aplicarão o M-Chat, questionário já utilizado para identificar atrasos no desenvolvimento infantil, mas que agora será aplicado a todas as crianças nos primeiros anos de vida.
O objetivo é identificar alterações nos marcos de desenvolvimento, orientar as famílias e encaminhar os pequenos para serviços de estimulação precoce, mesmo antes de um diagnóstico formal.
Em Fortaleza, às 559 equipes de saúde da família que atuam nos 134 postos de atendimento já estão sendo capacitadas, segundo Erlemus Soares, coordenador da Atenção Primária e Psicossocial.
“Com o questionário, é feita uma avaliação de qualquer tipo de atraso no desenvolvimento da criança. Tem uma pontuação que define se aquela criança precisa de uma avaliação mais especializada em um centro de referência ou se pode permanecer na atenção primária”, explica Erlemus.
Quando necessário, as crianças serão encaminhadas ao Centro de Diagnóstico Espaço Girassol, inaugurado em agosto no bairro Edson Queiroz. Caso permaneçam na atenção primária, receberão estimulação precoce nos Núcleos de Desenvolvimento Infantil.
Capacitação e atuação multiprofissional
A Secretaria Estadual da Saúde do Ceará (Sesa) atua no apoio técnico e capacitação continuada dos profissionais, especialmente enfermeiros, responsáveis pela puericultura, acompanhamento periódico que monitora o desenvolvimento e previne doenças.
Thais Facó, coordenadora da Atenção Primária da Sesa, afirma:
“O M-Chat é uma ferramenta potente de rastreio de atrasos de desenvolvimento de modo geral, que destaca a necessidade de a criança ser estimulada precocemente para que tenhamos ganho dos marcos de desenvolvimento.”
A formação dos profissionais também inclui orientação parental. Equipes multidisciplinares, como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, desempenham papel fundamental no atendimento às crianças e no suporte às famílias.
O Ministério da Saúde reforça a importância de acolhimento e suporte familiar, estimulando práticas no ambiente domiciliar que complementem o trabalho multiprofissional, reduzam a sobrecarga das famílias e promovam vínculos afetivos saudáveis.
Preparação para demanda crescente
Para Thais, a rede pública de saúde do Ceará está se estruturando para atender a demanda crescente:
“Temos uma população de crianças autistas aumentando cada vez mais. Precisamos nos preparar para oferecer não só o diagnóstico precoce, que é determinante no futuro delas, mas para garantir uma abordagem terapêutica ao longo da vida.”
Com informações do Diário do Nordeste.
