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Ministro da Saúde anunciou parceria com Brics para produção de tratamento celular contra câncer.
Terapia celular contra câncer, que Padilha quer no SUS, pode custar R$ 3 milhões a um único paciente.
Por Jornalismo Tempo FM
10 de Julho de 2025 às 09:31
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o Brasil vai desenvolver terapias celulares para tratamento de câncer em parceria com os países do Brics. A proposta é ambiciosa: criar uma estrutura nacional capaz de produzir um dos tratamentos mais avançados da medicina atual — e também um dos mais caros. Hoje, uma única terapia celular pode ultrapassar R$ 3 milhões por paciente. A expectativa do governo é nacionalizar parte do processo, reduzir custos e ampliar o acesso à tecnologia. O exemplo mais avançado e promissor atualmente é a chamada CAR-T cell: células do próprio sistema imunológico do paciente são retiradas, modificadas em laboratório para reconhecer o câncer, e depois reinfundidas no corpo para atacar o tumor.
Hoje, as terapias celulares estão aprovadas para um número limitado de cânceres hematológicos — ou seja, que afetam o sangue, como algumas leucemias, linfomas e mieloma múltiplo. Esses tumores costumam ter alvos moleculares mais bem definidos, o que facilita o reconhecimento pelas células CAR-T. Hoje, o SUS não oferece esse tratamento.
Tanto a Fiocruz quanto o Instituto Butantan já iniciaram pesquisas para produção nacional de células CAR-T. Alguns pacientes no Brasil participam de estudos clínicos com essas células feitas aqui. Para os especialistas, a terapia celular não é uma solução mágica, mas marca o início de uma nova era.
A promessa do ministro de integrar o Brasil à cadeia de desenvolvimento dessa tecnologia é vista com ceticismo e esperança. Para que o plano se concretize, será preciso enfrentar um desafio que nenhum tipo de célula modificada resolve sozinha: financiamento.