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Vacina contra herpes-zóster pode reduzir risco de infarto e AVC, aponta estudo
Imunizante foi associado a queda de até 18% nos eventos cardiovasculares, segundo pesquisa apresentada em congresso europeu.
Por Jornalismo Tempo FM
28 de Agosto de 2025 às 15:20
Um estudo divulgado nesta quinta-feira (28) durante o Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2025), em Madri, revelou que a vacinação contra o herpes-zóster — conhecido popularmente como cobreiro — está associada à redução do risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
A análise, que reuniu dados de quase 20 anos de pesquisas, apontou uma diminuição de 18% nos eventos cardiovasculares entre adultos a partir de 18 anos e de 16% entre pessoas com mais de 50 anos.
O trabalho foi conduzido a partir de uma revisão sistemática global, utilizando três bases de dados científicas. Ao todo, foram avaliados 19 estudos observacionais e um ensaio clínico randomizado que analisaram os efeitos da vacinação contra o vírus em relação a problemas cardiovasculares.
Os resultados mostraram que tanto a vacina recombinante (RZV) quanto a vacina de vírus vivo atenuado (ZVL) foram associadas à redução dos riscos. Em números absolutos, isso representa de 1,2 a 2,2 eventos cardiovasculares a menos por mil pessoas ao ano.
A entidade publicou em 2025 um consenso clínico defendendo que as vacinas passem a ser consideradas o “quarto pilar” da prevenção cardiovascular, ao lado de medicamentos contra hipertensão, colesterol e diabetes.
Atualmente, a vacina contra o zóster está disponível no Brasil apenas na rede privada. A SBIm recomenda a aplicação rotineira a partir dos 60 anos e considera a partir dos 50. Já para pessoas imunocomprometidas — como transplantados, pacientes em diálise ou que usam imunossupressores — a indicação pode começar aos 18 anos.
A inclusão no Programa Nacional de Imunizações (PNI) ainda não tem previsão. “É uma vacina cara e, se for introduzida, provavelmente começará pelos grupos mais vulneráveis, como os imunossuprimidos e idosos”, explica Kfouri.