Pesquisadores brasileiros desenvolvem pele artificial 3D mais parecida com a humana.
Modelo in vitro, possui as três camadas do órgão e simula de modo mais preciso doenças e lesões, podendo substituir animais em estudos.
Por Jornalismo Tempo FM
30 de Novembro de 2024 às 16:09
Pesquisadores brasileiros desenvolveram um modelo de pele artificial por impressão tridimensional (3D) com características mais semelhantes às do ser humano.
Nomeada de Human Skin Equivalent with Hypodermis (HSEH), a estrutura poderá ser empregada em estudos para o tratamento de doenças e lesões, como feridas e queimaduras, bem como no desenvolvimento de medicamentos e cosméticos, sem a necessidade de testes em animais.
O processo de produção do material, feito a partir de células-tronco capazes de se transformar em diferentes tipos celulares e primárias cultivadas diretamente a partir de tecidos humanos, foi descrito na revista Communications Biology por cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), integrante do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
O trabalho foi apresentado na última quarta-feira (27) em uma sessão sobre biotecnologia realizada durante a APESP Week Spain, em Madri, pela pesquisadora do LNBIio – CNPEM e coordenadora do projeto, Ana Carolina Migliorini Figueira.
Os pesquisadores empregaram técnicas de engenharia de tecidos para aprimorar a tecnologia e conseguir construir um equivalente de pele humana de espessura total e com a hipoderme, de modo a criar um ambiente mais próximo do tecido humano real, permitindo a adesão, proliferação e diferenciação celular mais eficientes.
Os pesquisadores empregaram bioimpressão 3D para construir um modelo de pele baseado em colágeno, que serve de matriz para a interação das células.
O LNBio produzirá a pele para estudos próprios, mas poderá confeccionar o material para instituições de pesquisa parceiras. A ideia é auxiliar no desenvolvimento de enxertos para tratamento de ferimentos e queimaduras.
Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.